A história do indígena homossexual Gilmar Traitou, que vive na aldeia pobore, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, é retratada no curta-metragem 'Majur', que concorre ao troféu Kikito, do 46º Festival de Cinema de Gramado, que segue até o dia 25 deste mês.
Majur, nome pelo qual Gilmar é conhecido na aldeia dos índios da etnia Bororo, afirmou que desde criança gostava de maquiagem e que sempre teve o apoio do pai, mas recebia muitas críticas dos irmãos.
"Meu pai nunca se importou, mas eu recebia muitas críticas dos meus irmãos", disse.
Segundo ele, usar maquiagem não é um sinal de vaidade, mas sim de expressão da humanidade.
O diretor do curta-metragem, Rafael Irineu, que conheceu o indígena durante outro trabalho na aldeia, disse que Gilmar representa uma parcela de indígenas que são LGBT.
Indígena vira personagem de documentário
"O mais legal de tudo isso é ver que muitos indígenas são LGBT. Ele representa as pessoas que fazem parte da cultura também", contou.
O curta-metragem tem a duração de 20 minutos e apresenta a cultura dos bororos.
Majur foi uma das 14 produções selecionadas entre os 365 inscritos para concorrer ao troféu Kikito do 46º Festival de Cinema de Gramado, que terá temáticas que destacam a diversidade.
O antropólogo Paulo Isaac explicou que, na cultura dos bororos, a pessoa não é tratadaa de forma diferente pela sua sexualidade.
"Nessa cultura, as pessoas não são tratadas de forma diferente e isso nunca foi um problema para os outros indígenas", afirmou.
Devido à sua representatividade, Gilmar foi convidado para ser protagonista do documentário que retrata a vida dos LGBT na cultura Bororo.
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